segunda-feira, 8 de julho de 2013

Que fase!...

Geralmente a vida do homem pode ser dimensionada em fases, todas elas bem distintas entre si. Assim, a fase que vai até os 10 anos é aquela onde o garoto sonha em ser um super-herói, com poderes mágicos e sobrenaturais para vencer todos os inimigos e monstros que lhe surjam pela frente. Geralmente o estímulo e subsídios provém dos seus próprios pais, isso quando tem a sorte de ter pai e mãe vivendo juntos pelo absurdo período de dez anos...
Dos 10 aos 20 anos, ele vive o sonho de ser alguém muito famoso, como por exemplo um jogador de futebol ou tocando numa banda de sucesso, com muitas fãs correndo atrás e pedindo autógrafos. Quando não consegue, é nessa fase que hamburguers, batata frita, refrigerante e quetais fazem estragos definitivos, seja em sua saúde, seja em sua personalidade.
Entre 20 e 30 anos, o rapaz quer mais é comer tudo que tenha duas pernas, principalmente quem usa shortinhos, microvestidos e sapato de saltão. Acredita que a droga e/ou a bebida podem ajudar no processo de conquista e com isso não entendem por que nem toda mulher não os ache irresistíveis.
A fase entre 30 e 40 é dedicada à sua consolidação econômico-financeira, onde o elemento busca definir-se profissionalmente, de maneira a ocupar postos de mando e comando, ainda que para isso tenha de valer-se de recursos nem sempre marcados pela ética e pela moral, justificando-se por trás do jargão "quem está na minha frente, eu atropelo!"
De 40 a 50, o cidadão passa a refletir se foi certo tudo o que fez até então, arrependendo-se por não ter aproveitado ou percebido as oportunidades que a vida colocou diante de si. Talvez por isso seja a faixa etária onde ocorram mais divórcios e se caracterize pela "busca do tempo perdido", pois sabe que já passou da metade do caminho e talvez não apareçam novas chances a serem aproveitadas.
O homem entre 50 e 60 anos é um reflexo de tudo aquilo que ele fez por sí próprio ao longo da vida. Se cuidou bem do seu corpo, terá menos problemas de saúde do que aquele que não se importou em cultivar bons hábitos. Se manteve uma boa relação familiar, terá mais estímulo e disposição para desfrutar de suas conquistas. Profissionalmente, terá de volta aquilo que plantou ou que deixou de plantar.
Após os 60 e até os 70 anos, a luta será contra as moléstias, das quais quem escapa pode ser considerado exceção. Problemas cardíacos, circulatórios, osteoarticulares, câncer, diabetes, todo um bando de urubús-doenças passa a fazer parte da rotina do cidadão, consumindo boa parte de seus rendimentos entre tratamentos, remédios e similares.
Depois dos 70 - e aí nem arrisco a prever as fases posteriores - é a fase da sobrevivência pura e simples. Raríssimos serão os motivos de alegria e os prazeres permitidos. A maior parte dos parentes e amigos de outrora já terão morrido ou tem paradeiro ignorado, a família já se desfez em busca de seus interesses individuais. O sujeito que conseguir passar por esta fase, terá sorte se conseguir reunir algumas boas almas que conduzam seu caixão até a última morada, definitiva, eterna...