quarta-feira, 25 de junho de 2014

Politicamente corretos

Sinceramente, estou ficando de saco cheio com esse papo de "politicamente correto" pra cá, "politicamente correto" pra lá. Onde quer que se vá, em qualquer ambiente que se esteja, o que quer que você faça, sempre tem alguém patrulhando suas atitudes e comportamento, exercendo uma censura prévia em cima de tudo aquilo que você faz ou pense, com o qual não concordam.

Descendente direto do imbecilíssimo "quem pode manda, quem tem juízo obedece", o "politicamente correto" guarda em suas raízes o mesmo grau de bundamolismo que nivela por baixo todos os medíocres, os pusilânimes e os covardes em seus pensamentos, palavras e obras.

Escorado no caráter cego, surdo e mudo do coletivo inconsciente, todo sujeito politicamente correto carrega consigo uma vontade incontrolável de manter-se isento de qualquer envolvimento ou compromisso, oculto por uma nuvem obscura que encobre o desejo constante de aprovação por seus pares, que pensam da mesma forma e a condenação - leia-se crítica - a quem não se enquadre no seu ambiente de conluio.

O politicamente correto não tem escrúpulos nem mede as consequências de estar sempre tirando o corpo fora quando se trata de encarar de frente um desafio ou manifestar uma posição ideológica. Para ele é extremamente cômodo adjetivar os adversários de "politicamente incorretos" quando os interesses em jogo possam reverter em benesses para o seu lado. Entendem que ser "politicamente correto" significa estar do lado da situação, portanto de quem está com a faca e o queijo na mão, segurando a chave do cofre e a da porta de saída.

Não é preciso ser muito inteligente, nem estar mergulhado até o pescoço no sistema para saber o que isso significa e o quanto vale em cenários marcados por corrupção, jogos de interesse, nepotismos, caça às bruxas e desmandos de toda natureza, muito comuns em certos países situados abaixo da linha do Equador.

E olha que não estou me referindo apenas a cenários políticos propriamente ditos. Os "politicamente corretos" estão por toda parte, nas ruas, nas empresas, nas fábricas, nas igrejas e até mesmo dentro das residências. Basta prestar um mínimo de atenção para se enxergar alguém sempre com o dedo em riste e pronto para apontar nos outros aquilo que fazem questão absoluta de ocultar em si próprios...

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