Aí vc começa a interagir com a pessoa, tenta ser amável e simpático, mas descobre que a cada 3 palavras que a pessoa pronuncia, 2 são "eu".
Quando não, é "meu", "minha" e por aí vai. Depois de me contar que gosta muito de ler, perguntou acerca das minhas preferências.
Disse-lhe que curto biografias e, para não despertar nenhum tipo de ressentimento, revelei com uma certa dose de sutileza que uma das minhas preferidas é a do físico e astrônomo italiano Galileu Galilei, a quem se atribui, desde o século XVII, a comprovação científica de que a Terra não é o centro do universo.
Talvez eu tenha exagerado na sutileza, pois não creio que essa pessoa tenha discernimento suficiente para uma reflexão mais profunda de que absolutamente não é ela o corpo celeste ao redor do qual orbitam todos os demais.
Fazer o que, né? Nem sempre um argumento bem produzido costuma ser bem empregado...
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